Cientistas identificam nova doença sexualmente transmissível que pode afetar milhões de pessoas de forma silenciosa
Uma nova pesquisa revelou que uma infecção causada pela
bactéria Mycoplasma genitalium (MG), identificada pela primeira vez há mais de
30 anos, é transferida através do contato sexual. Estima-se que, agora, um por
cento da população do Reino Unido, local da pesquisa, com idades entre 16 e 44
anos, esteja infectada. Muitos desconhecem a condição, pois ela raramente
apresenta sintomas. As pessoas que têm mais parceiros sexuais, não usam
preservativos e vivem em áreas carentes têm mais probabilidade de teste
positivo.
Em particular, os pesquisadores acreditam que mais de 90%
dos casos em homens e 66% em mulheres ocorram em pessoas com idade entre 25 e
44 anos. Essas pessoas são menos propensas a serem diagnosticadas por não
estarem incluídos nas medidas de prevenção atuais de DST, destinadas aos jovens
– na Inglaterra. Os efeitos a longo prazo de MG ainda não são claros, mas
pesquisas mostram que a condição pode causar inflamação da uretra e/ou do colo,
doença inflamatória pélvica e infertilidade feminina.
O aviso veio a público após os cientistas analisaram
4.500 dados da terceira Pesquisa Nacional de Atitudes Sexuais e Estilos de Vida
da Grã-Bretanha. Eles descobriram que a MG foi prevalente em até 1% da
população, da faixa de risco, relatando pelo menos um parceiro sexual ativo. No
entanto, a taxa de infecção era muito maior naqueles que relataram mais de
quatro parceiros sexuais nos últimos anos, em 5,2% nos homens e 3,1% nas
mulheres. A teoria de que MG é uma doença sexualmente transmissível foi
reforçada pelo fato de que os 200 jovens de 16 e 17 anos que não tinham tido
relações sexuais não apresentaram nenhum sinal de infecção.
O estudo também analisou fatores de risco para a MG, como
a etnia, número de parceiros e áreas de privação. Houve forte associação com
comportamentos sexuais de risco, como acontece com outras DST’s conhecidas.
Os autores descobriram que os homens negros e os que
vivem nas áreas mais necessitadas eram mais propensos a possui MG. Os dados são
preocupantes, pois a maioria dos participantes com a doença não apresentaram
sintomas de DST no último mês. Os poucos que tiveram, apresentaram sangramento
após a relação sexual.
De acordo com o Dr. Pam Sonnenberg, autor principal do
artigo, mais pesquisas são necessárias para entender como testar e tratar a
infecção MG e quais as possíveis complicações a longo prazo.
Os resultados, publicados no International Journal of
Epidemiology, apareceram após um recente surto de super gonorreia no Reino
Unido e outros vários casos de DST’s resistentes a medicamentos nos últimos
anos, virando um grave caso de saúde pública local.
Jornal Ciência
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também em:
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